Hoje foi um dia extraordinariamente feliz. Não só porque estive rodeada de 5 crianças ( perdão, 4 crianças e 1 adolescente) em fases de desenvolvimento completamente diferentes que interagem de uma forma absolutamente incrível, mas também porque finalmente, hoje, consegui dar por terminada a árdua tarefa de me desenvencilhar do resultado da má gestão do que foi o pior negócio da minha vida. Está feito! Já ninguém pode telefonar-me a dizer: paga o que deves! Está pago, caramba!!!!
Há pouco, antes de vir para aqui escrever, estive lá fora a ouvir as ondas. O pinheiro junto à casa está enorme. Fomos nós que o plantámos e é incrível a forma como cresceu nos últimos anos. Sinto-me aqui como peixe dentro de água. O mar a rugir lá ao fundo e o vento a passear-se por entre os cabelos do pinheiro criam a mais bela sinfonia que eu conheço e aquela que melhor define o que senti quando me sentei no banco da soleira - felicidade.
Agora posso finalmente pensar nos próximos objetivos sem ter sempre a mesma sensação de que falta alguma coisa, a sensação horrível de estar a faltar às responsabilidades.
Tendo em conta a dificuldade que senti para orientar as contas, imagino quanto tempo teremos que esperar até este mísero país se levantar do chão, de cabeça erguida, sem precisar de pedir dinheiro emprestado a ninguém para se governar. Gestão apertada e inteligente, sem desvarios nem manias de grandeza e sobretudo fazendo contas a médio e longo prazo e não a pensar só nos próximos meses. Não parece muito possível dada a conjuntura nacional. Por mim, estou safa!
Gosto de pensar que muitas vezes me comporto como hoje, no jogo de matraquilhos. 3 equipas a jogar ao bota fora. Olham para mim com aquele ar de " eu é que não quero ficar na equipa da cota" . Muito a custo lá arranjei um voluntário para ficar comigo, que o fez mais por respeito do que por vontade. " Tens noção que vamos perder? " . " Se calhar não..." Disse-lhe. Foram 4 jogos seguidos sem arradarmos pé do jogo e aquela cara de espanto " como é que tu fazes isso
? "
Se imaginassem as horas de prática e as noites e madrugadas a fio... O melhor de todos os saberes é sem dúvida a prática aliada à teoria da coisa! E eu tenho muita experiência disso.
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