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segunda-feira, 11 de julho de 2016

No rescaldo das lesões

Chego a casa 12 horas depois de ter saído. Cansada. Ainda com a euforia de termos sido campeões, que se sente nos sorrisos, nas conversas, por todo o lado. Foi um jogo emocionante em que pela primeira vez, desde há muito tempo, acreditei, do princípio ao fim.

É bom perceber nas pessoas um rasgo de positivismo depois destes anos desgastantes para tantos.

Aguardo pacientemente os poucos dias que faltam para as minhas férias. Desde 2007 que não tenho 15 dias de férias sem ter que trabalhar em lugar nenhum. Há 9 anos que as férias se resumem a 3 ou 4 dias em que consigo por vezes sair daqui ou que vou alternando com outros tantos de um biscate qualquer que me dá fôlego monetário para as despesas extra. Este ano decidi parar. Não sem antes fazer uma pequena maratona para ter a certeza de que nada me faltará. Habituamo-nos a tudo e este ano vou ter que me habituar a não fazer mais nada do que voltar a estar sossegada durante 15 dias. Primeiro porque para ter os 15 dias significa que não vou poder mexer-me muito e depois porque quando nos habituamos a andar num corropio constante até parar é difícil. Eu desejo muito parar. Voltar aos meus livros, à minha praia, a tudo o que me faz ainda mais feliz. Houve um tempo em que julguei que fazer coisas que me pudessem acrescentar era a única maneira de poder ser feliz. Hoje sei que a melhor forma de ser feliz é poder dar-se ao luxo de parar. Mesmo que não se faça mais nada, simplesmente parar.

Fico contente de finalmente ter conseguido chegar aqui, poder parar. À custa de muita luta, muita conta de cabeça, algum (muito) sacrifício e sobretudo à custa deste corpo que já vai outra vez conseguindo dar, sem me pedir constantemente para parar.

Doem-me as pernas mas sei que amanhã estarei melhor. Sinto-me ligeiramente oca por dentro mas sei que se quiser consigo ir ler um livro ou ver uma série já a seguir. Já vou tendo espaços à minha volta que me permitem sentir-me orgulhosa do que consegui atingir. Faltam 5 dias e vou de férias e sinceramente houve um tempo em que achei que este momento não iria chegar.

Houve necessidade de ajustar alguns objetivos para conseguir isto. Espaça-los no tempo, mudar planos, perceber que agora tudo levará mais tempo a atingir. Mas se houve coisa que a vitória de ontem me trouxe foi a capacidade de voltar a acreditar que se quiser muito atingir algo que só dependa de mim, eu vou conseguir atingi-la, demore o tempo que demorar. É que às vezes, aquilo que parece um mal, até vem para nosso bem.

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